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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

#1 Dilma defende Brasil no Conselho de Segurança da ONU

A Notícia desta quarta-feira, 21 de Setembro.
"NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira que a legitimidade do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) depende cada vez mais de sua reforma e que o Brasil está pronto para assumir suas responsabilidades como membro permanente do grupo."


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Depois de aparecer como capa da revista Newsweek, com a manchete "Where Women are winning", Dilma continua debutando em outras searas. No discurso na Assembléia Geral da ONU marcou de forma decidida a posição brasileira a favor de um Estado palestino utilizando de uma bela retórica: a congratulação à participação do Sudão do Sul antecedeu o lamento pela ausência de uma delegação palestina (fato obviamente explicado pelo status político desfrutado pelo território ocupado por Israel). A cereja do bolo estava por vir. Não poderia faltar esta nota musical na melodia na primeira mulher a abrir a Assembléia Geral das Nações Unidas: O lobby pela vaga do Brasil em um cenário hipotético e cada vez mais alardeado de um Conselho de Segurança reformado.


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Desde o governo Lula, algumas atitudes do governo brasileiro podem ser vistas como políticas que visam potencializar a candidatura brasileira ao C.S. (Conselho de Segurança) reformado. Algumas delas estão listadas e comentadas:
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A) O perdão da dívida de alguns países africanos: Um continente retalhado políticamente, abrigando 54 países, é um lugar adequado para se construir uma boa imagem.
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B) A manutenção das tropas no Haiti: Reforça a posição de que os problemas latino-americanos são problemas brasileiros.
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C) O envolvimento nos distúrbios políticos em Honduras: Dificilmente a América Latina terá dois representantes em um C.S reformado. Apesar de ser muito criticada por analistas diversos, a interferência brasileira (concedendo abrigo político a Manuel Zelaya na embaixada brasileira em Tegucigalpa) é uma grande jogada contra o México, rival natural do Brasil mediante tudo o que representa regionalmente. Isto se deve ao fato de que a Honduras se localiza geograficamente próxima ao México, e a interferência brasileira transmite um recado brasileiro: "na América Latina cuido eu".
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D) O tom ameno contra o Irã e o abraço à Venezuela como membro do Mercosul: São duas notas musicais da mesma canção: a oposição à políticas tradicionais e bem marcadas dos EUA. Irã e Venezuela são países pouco acolhidos no ambiente internacional, que registram incidentes ou gafes diplomáticas recentes. Como muitos fazem oposição a estes países que fazem o estilo de "patinhos feios" da política internacional, apoiá-los pode significar conseguir um apoio recíproco de onde poucos obterão.




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E) A visita de Lula a Israel: O ex-presidente quebrou protocolo na ocasião (quando ainda chefiava o executivo), ao não depositar flores na tumba de Teodore Herzl (pai do sionismo). Além disso, visitou a tumba de Yasser Arafat, ex-liderança palestina. Não há desinformação tamanha que justifique tais atos, bastante pensados em prol de um objetivo, ao de se opor às políticas isralenses no que tange a relação bilateral com os palestinos. Abraçar a causa palestina com tanta veemência significa angariar simpatia daqueles que não mais toleram a intransigência de Tel Aviv.
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Daqueles que criticam a atual estrutura do C.S, exalam odores do argumento de que o atual conselho é um reflexo dos vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, como também ecoa a idéia de que o mundo contemporâneo não condiz mais com o frágil pedestral que ampara os cinco integrantes: Eua, Reino Unido, França, Rússia e China. Estou bastante curioso para assistir os desdobramentos futuros nestes jogos ocultos que possuem como pano de fundo o poder e a glória das nações, simbolizada pela ascensão de um Estado ao Conselho de Segurança da ONU.